30.11.05

primeiro post realmente silencioso, os outros estavam cheios de ruido
a morte inacabada do capitão estrela

Quando alguém de fora, passava pelo adro da igreja, inevitávelmente parava para perguntar aos velhotes, que lá passavam os dias a jogar às copas, porque é que ali estava aquele homem, pendurado numa cruz. Os velhotes, como sempre, respondiam - Não lhe ligue, que nós também já não ligamos, ele sempre foi muito brincalhão.

Já foi há mto tempo que Gui, como era conhecido na aldeia, foi encontrado, à hora da missa de domingo, no adro da igreja pendurado na cruz que lá existia. As pessoas, à medida que iam chegando rodeavam a cruz comentando e repudiando tal acto. Os animos acabaram por se inflamar e ordenaram que Gui parasse com a sua eresia, chegando a atirar o que tinham a mão para que este lhes prestasse atenção, pois parecia que ele não os ouvia, permanecia imovel na cruz.
Toda a gente sabia das suas excentricidades, como da vez em que entrou pela igreja e foi partindo as imagens que lá existiam, até ser impedido pelo sacristão, que vinha preparar a missa da tarde. Passava vários dias sem ser visto, saia um dia pela manhã e so voltava a ser visto semanas mais tarde. E muito mais fez, desde a altura que chegou à aldeia, sem nada para além da roupa e um saco, à procura de uma casa para arrendar.

Já ninguém ligava ao que ele fazia, sentiam pena dele e por isso fechavam os olhos ao que podiam, tal como acabariam por fazer ao facto de ele estar preso à cruz do adro da Igreja.

Os dias e os meses passaram , como o corpo de Gui parecia manter-se saudavel, as pessoas imaginavam que durante a noite ele saisse da cruz para comer, e descansar e isso bastava-lhes.

Um dia, porém, acharam que aquela brincadeira tinha ido longe demais, e resolveram tira-lo da cruz. Quando foram para tirar as cordas que lhe atavam os pulsos e pernas, repararam que teria sido impossivel Gui ter feito os nós. Já no chão, foi com uma falsa surpresa que viram que ele estava morto. Sem mais nenhuma razão para a sua morte, acabaram dizendo que foi causada pelos dois rasgos nas costas, rasgos esses que pareciam como que tivesse sido arrancado alguma coisa das costas...

Gui acabou por morrer, preso naquela cruz, sem que ninguém desse conta.

26.11.05

linhas paralelas

linhas rectas, complanares e equidistantes, que se propagam até ao infinito sem nunca se tocarem
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25.11.05

é natal

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22.11.05

2º muro de ruido

Moby - Love Should

So we sleep in beds
We've never made
Holding close to love
When love should fade
Holding on to this is the best thing we'll ever do

Morning sun is sweet and soft on your eyes
Oh my love, you always leave me surprised
Before my heart starts to burst
With all my love for you

And know how it rains
And know how it pours
I never could feel this way
For anyone but you

And know how it rains
And know how it pours
I never could feel this way
For anyone but you

So it takes some time
And slip away
Holding on to love
When love should stay
Holding on to you is the best thing I'll ever do

Evening sun is sweet and soft in your face
So I'll never ever leave this place
I feel my heart start to burst
With all my love for you

And know how it rains
And know how it pours
I never could feel this way
For anyone but you

And know how it rains
And know how it pours
I never could feel this way
For anyone but you

21.11.05

...

18.11.05

1º muro de ruido

dEUS - nine threads

Stone go slow
Find the right moment to stop the show
The nighttime gets weary of implecations afterglow
Thinking: Easy come, easy go
You got here too late, it's often so
I guess that's why
I hope I get old before I die
Admit it turned out okay for someone who didn't try
Thinking it's time to get a hold
You got here too late, it's always so
it's always so, it's always so
it's always so, it's always s

16.11.05

"...ele também falava de um homem, que não só era aborrecido, mas também a causa de aborrecimento nos outros"

- Que andas por aqui a fazer?
- não sei bem, mas acho que me chamaram
- Achas, não sabes se te chamaram?
- sim chamaram-me, mas já não sei para o que foi
- Se calhar não foi para nada
- foi por alguma coisa, mas acho que acabei por não saber
- Talvez só vás saber, quando for altura disso
- acho que já vim atrasado. o tempo voa, quando não sabemos que ele está a passar

14.11.05

- Isto aqui é muito silencioso.
- é por não passar cá ninguém, nem os carros passam por aqui
- Mas e estes que aqui estão estacionados, e estas casas? Não mora cá ninguem?
- já cá não está ninguém há muito tempo...
- Porquê?
- fartaram-se uns dos outros e do sitio onde tinham de viver. fartaram-se da vida que levavam. foi de um dia para o outro, de manhã já não restava ninguém
- Eles foram assim de um dia para o outro, Não foi um pouco precipitado? E porque é que não levaram os carros?
- pelo menos eles acharam que não, e deviam ter as suas razões. porque é que não levaram o carro?... suponho que se quisessem livrar de tudo o que lhes lembrasse do passado, as casas também se encontram cheias com os móveis e os pertences deles
- Que levaria alguém a fazer uma coisa dessas?
- podia dizer que foi o desespero, mas estaria apenas a supor e a enganar-me

12.11.05

"p'ra lembrar...

E|---------------------------------|

B|---------------------------------|
G|---------------------------------|
D|-5-5-4-4-5-5-7-7-5-5-4-4-5-5-7-7-|
A|-7-7-7-7-7-7-7-7-7-7-7-7-7-7-7-7-|
E|---------------------------------|

E|---------------------------------|
B|---------------------------------|
G|---------------------------------|
D|-5-5-4-4-5-5-7-7-5-5-4-4-5-5-7-7-|
A|-6-6-6-6-6-6-6-6-6-6-6-6-6-6-6-6-|
E|---------------------------------|

E|---------------------------------|
B|---------------------------------|
G|---------------------------------|
D|-5-5-4-4-5-5-7-7-5-5-4-4-5-5-7-7-|
A|-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-|
E|---------------------------------|

E|---------------------------------|
B|---------------------------------|
G|---------------------------------|
D|-2-2-4-4-5-5-4-4-2-2-4-4-5-5-4-4-|
A|-3-3-3-3-3-3-3-3-3-3-3-3-3-3-3-3-|
E|---------------------------------|"

9.11.05

1/4 de cabeça


com todas as suas interpretações, segundos sentidos e trocadilhos

8.11.05

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N'outro estado quase letárgico

A televisão como representação da realidade, imita as nossas vidas. E as nossas vidas imitam a televisão, ao repetirem-se os mesmos episódios vezes sem conta."

7.11.05

Quando estava mesmo a adormecer, sonhei com isto: “Se vires um corpo aberto podes mexer à vontade nos órgãos isso não faz mal, o problema são as drogas quando consumidas por toda a gente” o porquê deste sonho e porque é que ainda me lembro dele são duas coisas que me ultrapassam.

5.11.05

Anos mais tarde, ele recordaria o dia em que podia ter feito algo de diferente, mas que não fez.

4.11.05

Ás vezes não sabemos o que dizer, outras sabemos exactamente o que dizer, mas não podemos, e outras ainda em que apenas devíamos ter estado calados.

Esta frase consegue ser um exemplo disso tudo.

2.11.05

20.12.00

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1.11.05

Quando era pequeno, imaginava que, tal como nós sonhávamos com pessoas que não existiam, alguém também poderia estar a sonhar connosco, mas com sonhos muito mais elaborados e “reais”, a nossa realidade. E tal como os nossos sonhos são versões distorcidas e incompletas do mundo onde habitamos, também nós somos uma versão distorcida e incompleta de uma realidade onde essa pessoa habita.

As pessoas que vemos, seriam criadas aleatoriamente naquele momento, em que passamos por elas e em que nunca mais as veremos. E se olhássemos atentamente para elas veríamos que não tinham definições nenhumas, nada as distinguiria das restantes pessoas que apenas estão de passagem. As que ficam... são as que ficam. Tal como achava que eu era, mas há quanto tempo estaria aqui? Podia ter começado a existir à poucas horas, sendo todas as minhas memórias, incluindo esta da ‘historia do sonho real’, criadas à medida que fosse necessitando delas.

Somos limitados por algo que nos sonha, sem responsabilidade pela vida que levamos.

E como quando acordamos, os sonhos desaparecem, também sonhava que um dia este "sonho" iria acabar.

E com isto tudo acabava também por imaginar que ao afastar-me do espelho, quem estava do outro lado desapareceria para sempre... ou então aconteceria o contrário.